Renda Variável: Como Investir em Ações, FIIs, BDRs e Fundos com Segurança e Estratégia
Se você já conhece a renda fixa e está pronto para buscar maiores rentabilidades (e assumir maiores riscos), a renda variável pode ser uma excelente alternativa. Neste post, vamos explorar as características, vantagens, riscos e formas de investir nesse tipo de ativo com responsabilidade e estratégia. Renda variável é uma classe de ativos cuja rentabilidade não é previsível ou garantida no momento do investimento. O retorno depende de múltiplos fatores, como desempenho da empresa, do setor, da economia e das condições de mercado.
É uma classe de ativos volátil no curto prazo, mas com maior potencial de valorização no longo prazo.


O que é renda variável?
Na renda variável, o retorno financeiro não é garantido. O valor dos ativos pode subir ou cair conforme as condições de mercado. Essa volatilidade é o que oferece maior potencial de ganhos, mas também aumenta os riscos.
Principais tipos de ativos de renda variável
Ações
O Pilar da Renda Variável: Ações são títulos que representam a menor fração do capital social de uma empresa. Ao comprá-las, o investidor torna-se sócio da companhia, com direito à participação nos lucros, assembleias e à valorização do negócio.
Exemplos:
Blue chips: Vale (VALE3), Petrobras (PETR4), Itaú (ITUB4).
Small caps: empresas de menor capitalização com maior potencial de crescimento.
Setoriais: elétricas, bancos, varejo, tecnologia e saúde.
Tipos de Ações:
Ações Ordinárias (ON) – Final código: 3
Dão direito a voto nas assembleias.
Em caso de venda da empresa, têm preferência no tag along (proteção contra diluição).
Exemplo: PETR3, VALE3, ITUB3.
Ações Preferenciais (PN) – Final código: 4
Não dão direito a voto, ou o direito é limitado.
Oferecem preferência na distribuição de dividendos.
Exemplo: PETR4, ITUB4, BBAS4.
Units (UNT) – Final código: 11
Pacotes compostos por uma combinação de ações ON + PN.
Criadas por algumas empresas para facilitar negociação.
Exemplo: SANB11 (Santander), TAEE11 (Taesa).
*Não confunda ações units com fundos imobiliários, que como veremos, também terminam em "11".
Formas de Ganhos com Ações:
Valorização das Ações (Ganho de Capital)
Você compra uma ação por R$ 20, e ela passa a valer R$ 30. Seu ganho bruto é de R$ 10 por ação.
Exemplo real: ações da Weg (WEGE3) subiram mais de 400% entre 2017 e 2023.
Dividendos
Parte do lucro líquido distribuído aos acionistas. Empresas como Taesa (TAEE11) e BB Seguridade (BBSE3) são conhecidas por dividend yield superiores a 8% ao ano.
Juros sobre Capital Próprio (JCP)
Parecido com dividendos, mas com tributação de 15% na fonte. Vantajoso para a empresa (dedutível no IR) e atrativo ao investidor.
Bonificações e Direitos
Bonificação: distribuição gratuita de novas ações.
Subscrição: direito de comprar novas ações a preço com desconto.
Fundos Imobiliários (FIIs)
Cotas de fundos que investem em ativos do setor imobiliário (shoppings, galpões, lajes corporativas, CRIs, etc.). E o investidor compra cotas negociadas em bolsa, assim como ações.
Pagamento mensal de rendimentos isentos de IR para PF.
Mais estáveis que ações, com foco em geração de renda passiva.
Alta correlação com inflação e Selic.
Tipos de FIIs
Fundos de Tijolo
Investem em imóveis físicos: lajes corporativas, galpões logísticos, shoppings.
Geram renda com aluguéis.
Exemplos de ticker: HGLG11 (logística), VISC11 (shopping), XPML11 (multissetorial).
Fundos de Papel
Investem em títulos lastreados em imóveis, como CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários).
Mais atrelados ao CDI ou IPCA.
Têm maior rendimento, porém maior risco de crédito.
Exemplos de ticker: KNCR11, VGIR11, RZAK11.
Fundos Híbridos
Misturam imóveis físicos e CRIs.
Buscam diversificação dentro do mesmo fundo.
Exemplo: BCFF11 (multiestratégia).
CRI – Certificado de Recebível Imobiliário
Título de renda fixa usado por FIIs de papel.
Representa um fluxo de recebíveis de contratos imobiliários (aluguéis, venda a prazo).
Remunerado por IPCA+taxa ou CDI+spread.
Vantagens dos FIIs
Rendimento mensal isento de IR para pessoas físicas.
Diversificação e acesso ao mercado imobiliário com liquidez.
Gestão profissional.
Ideal para estratégia de renda passiva recorrente.
ETFs (Exchange Traded Funds)
Fundos que replicam um índice da bolsa, como Ibovespa, S&P500 ou Nasdaq.
Diversificação automática com uma única aplicação.
Custos baixos e alta liquidez.
Exemplo: BOVA11 (Ibovespa), IVVB11 (S&P500), NASD11 (Nasdaq).
BDRs (Brazilian Depositary Receipts)
Títulos que representam ações de empresas estrangeiras negociadas na B3.
Permitem investir em Apple, Amazon, Google, sem sair do Brasil.
Exposição cambial natural (valorização do dólar afeta positivamente).
Códigos terminam em 34 ou 32.
Exemplos: AAPL34 (Apple), AMZO34 (Amazon), MSFT34 (Microsoft).
ADRs – American Depositary Receipts
São os equivalentes dos BDRs, mas listados nos EUA. Representam ações de empresas estrangeiras na NYSE ou Nasdaq.
Exemplo: PBR (Petrobras na NYSE), VALE (Vale na NYSE).
Fundos de Ações e Multimercados Ativos
Fundos de Ações
Obrigatoriamente alocam pelo menos 67% em ações.
Podem ser ativos (stock picking) ou passivos (replicam índices).
Ideal para quem quer exposição a ações sem gerir diretamente.
Exemplo: Trend Ações Ibovespa FIC FIM, Constellation Ações FIC FIA.
Fundos Multimercados
Alocação flexível entre ações, renda fixa, câmbio e derivativos.
Podem operar com estratégias long & short, arbitragem, etc.
Procuram melhor relação risco-retorno com volatilidade controlada.
Exemplo: Occam Long Biased, SPX Nimitz, Adam Macro.
Como Rentabiliza a Renda Variável?
A rentabilidade vem de apreciação de ativos + distribuição de rendimentos:
Ativo Tipo de Ganho Exemplo prático
Ações Valorização, dividendos, JCP WEG valorizou >400% em 5 anos
FIIs Aluguel mensal + valorização da cota HGLG11 paga ~0,9% ao mês isento de IR
BDRs Valorização + dividendos em dólar AAPL34 valorizou >300% entre 2018 e 2023
Fundos Ações Crescimento com gestão ativa Fundos como Constellation superaram o IBOV
Multimercados Estratégia de proteção e arbitragem SPX e Adam entregam rentabilidade com menos volatilidade
Vantagens da renda variável
Potencial de altos retornos: Especialmente no longo prazo.
Diversificação da carteira: Pode complementar a renda fixa com ativos mais dinâmicos.
Liquidez: A maioria dos ativos pode ser comprada e vendida com facilidade.
Desvantagens e riscos
Volatilidade alta: Preços sobem e descem rapidamente.
Maior risco de perdas: Possibilidade de prejuízo, especialmente no curto prazo.
Exige mais conhecimento: É importante estudar e acompanhar o mercado.
Onde investir em renda variável?
Existem diversas plataformas onde você pode investir em renda variável:
Corretoras de valores: Como XP, Clear, Rico, Modal, NuInvest.
Home broker dos bancos digitais: Inter, Nubank, C6 Bank.
Plataformas de ETFs e fundos geridos.
Dicas para investir com responsabilidade
Estude antes de investir: Busque entender os fundamentos dos ativos.
Comece com valores pequenos: Para ganhar confiança e experiência.
Tenha uma estratégia: Defina objetivos, prazos e limites de perda.
Use a diversificação a seu favor: Misture diferentes setores e tipos de ativos.
Evite seguir modismos: Não invista com base em hype ou promessas de ganhos fáceis.
Conclusão
Investir em renda variável é mais do que buscar rentabilidade — é proteger e multiplicar patrimônio com visão estratégica. Ao dominar as estruturas de ações, FIIs, BDRs e fundos, o investidor pode montar uma carteira sofisticada, global e eficiente, alinhada aos seus objetivos.


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