Como Medir o Risco dos Investimentos: Principais Indicadores e Como Interpretá-los
Todo investidor, seja iniciante ou experiente, precisa compreender e gerenciar o risco de sua carteira de investimentos. Medir o risco é essencial para tomar decisões informadas, proteger o capital e maximizar retornos ajustados à volatilidade.
6/24/20255 min read


Todo investidor, seja iniciante ou experiente, precisa compreender e gerenciar o risco de sua carteira de investimentos. Medir o risco é essencial para tomar decisões informadas, proteger o capital e maximizar retornos ajustados à volatilidade. Neste artigo, vamos detalhar os principais indicadores utilizados pelo mercado financeiro para mensurar riscos, como índice de Sharpe, desvio padrão, beta, VaR, drawdown, entre outros. Além de explicar cada indicador, incluiremos exemplos práticos e fontes que embasam a relevância de cada métrica.
Por que medir o risco importa?
Investir sem entender o risco é como dirigir um carro sem freios. Rentabilidade histórica não garante ganhos futuros e, muitas vezes, investimentos com altos retornos escondem riscos elevados. A mensuração de risco é um pilar da gestão eficiente de portfólio, ajudando o investidor a equilibrar ganhos esperados com tolerância ao risco.
Principais Indicadores de Risco no Mercado Financeiro
1. Desvio Padrão (Volatilidade)
O que é: Mede a variação dos retornos em relação à média. Quanto maior o desvio padrão, mais volátil (e arriscado) é o ativo.
Fórmula:
Explicação dos Componentes da Fórmula:
Desvio padrão, medida final de risco ou volatilidade.
Ri: Retorno individual observado em um determinado período.
Média dos retornos (retorno esperado), calculada pela soma dos retornos dividida pelo número de períodos.
Diferença entre o retorno de cada período e a média (desvio da média).
Quadrado do desvio da média, usado para eliminar valores negativos e realçar grandes variações.
Somatório de todos os quadrados das diferenças.
n-1: Número de observações menos um (grau de liberdade), usado para amostras e não populações inteiras.
Raiz quadrada da variância, retornando à unidade original de medida (como porcentagem de retorno).
Exemplo: Um fundo de ações com retorno médio de 10% ao ano e desvio padrão de 15% é mais arriscado do que um fundo de renda fixa com 7% de retorno e 3% de desvio padrão.
Fonte: Investopedia, CFA Institute
2. Índice de Sharpe
O que é: Avalia o retorno excedente de um ativo sobre o ativo livre de risco por unidade de risco (volatilidade).
Fórmula:
Onde:
Ra: Retorno do ativo
Rf: Retorno livre de risco
Desvio padrão dos retornos
Exemplo: Se um fundo tem retorno de 12%, CDI é 9%, e desvio padrão de 10%, o índice de Sharpe será 0,3. Quanto maior o índice, melhor a relação risco-retorno.
Referência: William Sharpe, Nobel de Economia (1990)
3. Índice de Sortino
O que é: Variante do índice de Sharpe que considera apenas a volatilidade negativa (perdas), sendo mais realista para muitos investidores.
Fórmula:
Onde:
Desvio padrão dos retornos negativos
Exemplo: Se um fundo é volátil mas só apresenta variações positivas, o índice de Sortino será alto, mesmo que o Sharpe não seja.
Fonte: CFA Society Brazil
4. Beta
O que é: Mede a sensibilidade de um ativo em relação ao mercado. Indica se o ativo se comporta de forma mais agressiva ou conservadora em relação ao benchmark (ex: Ibovespa).
Fórmula:
Onde: Cov(Ra,Rm): Covariância entre o retorno do ativo e o retorno do mercado. Mede como os dois se movem em conjunto. Se positiva, o ativo tende a acompanhar o mercado; se negativa, tende a se mover na direção oposta.
Var(Rm): Variância dos retornos do mercado. Representa a dispersão dos retornos em relação à média — quanto maior, maior a instabilidade do mercado.
Ra: Retorno do ativo. É a rentabilidade individual do investimento em determinado período.
Rm: Retorno do mercado, geralmente representado por um índice como o Ibovespa, usado como referência para comparação.
Exemplo:
Beta = 1: ativo acompanha o mercado
Beta > 1: ativo mais volátil que o mercado
Beta < 1: ativo mais estável
Fonte: Damodaran Online (NYU)
5. VaR (Value at Risk)
O que é: Estima a perda potencial máxima em um período com um nível de confiança.
Exemplo: Um VaR de R$ 50 mil a 95% de confiança em uma carteira de R$ 1 milhão indica que, em 95% dos casos, a perda não ultrapassará esse valor no período.
Modelos:
Paramétrico (assume distribuição normal)
Histórico
Simulação de Monte Carlo
Fonte: Banco Central do Brasil, Basel Committee
6. Drawdown
O que é: Mede a maior queda de um ativo desde o seu topo até o fundo antes da recuperação.
Exemplo: Um fundo com drawdown máximo de -25% significa que, em determinado momento, ele perdeu 25% desde o topo.
Importância: Indica a resiliência do ativo e o risco de perda de capital.
7. Tracking Error
O que é: Mede o desvio entre o retorno de um fundo e seu índice de referência.
Fórmula: Desvio padrão da diferença entre os retornos do fundo e do benchmark.
Exemplo: Um ETF que replica o Ibovespa com tracking error baixo é eficiente. Um fundo ativo com alto tracking error assume riscos maiores para superar o índice.
8. Information Ratio (IR)
O que é: Relaciona o retorno excedente ao benchmark com o risco assumido (tracking error).
Fórmula:
Onde:
IR: Information Ratio — Índice de Informação. Avalia a eficiência do gestor ao gerar retorno excedente sobre um benchmark, ajustado pelo risco assumido.
Ra: Retorno do ativo ou fundo analisado, normalmente expresso em percentual anual.
Rb: Retorno do benchmark utilizado para comparação, como CDI, Ibovespa, S&P500 etc.
TE: Tracking Error — o desvio padrão da diferença entre o retorno do ativo e do benchmark. Mede o risco da gestão ativa.
Exemplo:
Retorno do fundo: 15%
Retorno do benchmark: 12%
Tracking Error: 5%
IR = (15 - 12)/5 = 0,6
Quanto maior o IR, mais eficiente é a gestão ativa.
Como Escolher os Indicadores para sua Carteira?
Não existe um indicador perfeito. A escolha depende do tipo de ativo, do horizonte de investimento e do perfil de risco:
Investidor conservador: dê preferência a desvio padrão, drawdown e Sharpe.
Investidor moderado: utilize VaR, beta e Sortino para ajustes finos.
Investidor agressivo: busque alta relação risco-retorno com IR e tracking error.
Conclusão
Medir o risco é tão importante quanto buscar rentabilidade. Usar indicadores como índice de Sharpe, desvio padrão, beta e VaR permite não apenas comparar ativos, mas tomar decisões mais embasadas e seguras.
Essas métricas devem ser usadas em conjunto, com análise de cenário e perfil de investidor. Afinal, rentabilidade sem controle de risco pode custar caro.


























Dicas e cursos para investir seu dinheiro melhor.
suporte@b2zinvestimentos.com.br
© 2025. All rights reserved.